Seniors Exhibition / SNBA Lisbon

2016

“…Stefanie Pullin se tem servido para a construção do seu trabalho é composto por ramos e/ou troncos de árvores. A partir destes a artista elabora o que pode ser lido como a tradução para a linguagem pictórica da memória desses ramos e troncos.

Ainda que facilmente identificáveis enquanto tal (enquanto ramos e troncos de árvore), a referida operação de tradução levada a cabo pela artista não deixa de lhes imprimir um cunho pessoal que decididamente os afasta de qualquer tentação naturalista.

Por outro lado, a artista, não satisfeita com o distanciamento mimético criado pela sua particular leitura dos elementos paisagísticos já referidos, trata de apresentar a sua ideia de paisagem envolta num contínuo debate entre a representação da segunda e da terceira dimensões. Os modos encontrados pela artista para tornar visível o confronto entre a soberania do plano pictórico e o que à volta deste se passa são, também eles, diversos e visualmente muito estimulantes. A saber: pedaços de tela ou papeis que se colam à tela principal (que, desta forma, se vê obrigada a partilhar a hegemonia do espaço pictórico com as demais superfícies coladas e igualmente pintadas); janelas abertas (por vezes rasgadas) no plano e que tanto podem dar passagem ao vazio como a outros planos pictóricos que por trás deste se constituem; grades de madeira que abandonam o papel secundário que a história da pintura ocidental desde sempre lhes relegou, para passarem a figurar lado a lado com os principais intervenientes do espectáculo pictórico em curso ou ainda telas dobradas que se disfarçam de molduras…”

-Carlos Correia, 2016

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Twisted Roots / Geological Museum in Lisbon