…”Numa viagem recente ao continente Africano, a artista encontra no Atlas de Marrocos um desafio visual que está na base deste projeto, nomeadamente nos tons e nas formas das arribas fósseis moldadas pelos elementos ao longo dos milhares de anos. Em Portugal, onde vive atualmente, encontrou de forma análoga, na Costa da Caparica, em Melides e em Sagres, tons e formas de arribas fósseis parecidos que claramente deixaram marcas na artista, servindo assim de inspiração para a realização deste novo corpo de trabalho apresentado agora na Galeria de São Mamede.

Este novo ciclo de trabalhos, caracterizado pela mudança no paradigma da cor previamente dominante, continua a manter as preocupações da artista no sentido da técnica que tem vindo a usar. Os gestos na pincelada revelam as imagens imaginadas de forma difusa e pouco definida, realçando a escala, a verticalidade e a grandiosidade milenar destas formações geológicas em constante, mas lenta erosão ou movimento que quando abandonadas não são mais afetadas pela causa geológica que a produz…”

Lourenço Egreja